Qual a quantidade de água que uma pessoa consome diariamente, em média, em todo o mundo? Algumas estimativas apontam meros dez litros como resposta. Mas esse número é muito pequeno e não corresponde a realidade. No limite da sobrevivência, o ser humano consome em média dois litros de água por dia, apenas para matar a sede. Some-se a isso o fato de que quase todas as nossas atividades diárias envolvem o uso desse recurso hídrico. Há estudos revelando que populações carentes, moradoras em locais sem água encanada, consomem cerca de 30 litros todos os dias. Já aqueles que moram em apartamento ou casa com máquinas de lavar roupa e louça chegam a gastar 500 litros. As desigualdades no acesso à água trazem à tona revelações alarmantes: enquanto no Brasil há quem use dois mil litros de água a cada 24 horas, lavando carro ou calçada, entre outras atividades, em comunidades africanas a média é de 12 litros de consumo – utilizados apenas para sobreviver. Esse desequilíbrio, que se traduz em uma só palavra: Desperdício.
Fala-se muito pouco da necessidade da preservação da água. Os mais purista, simplistas, podem refugiar-se na elementar ideia de que tudo o que sobe desce: água evapora, vira chuva e volta para nós. Já não podemos pensar assim. Devemos levar em conta a interferência de outros fatores drásticos, como o aquecimento global. Ele estabeleceu um desequilíbrio tal que a água passou a evaporar cada vez mais e voltar cada vez menos. Porém o problema todo não se resume a isso. O grande descaso em relação à preservação da água se deu por negligenciá-la em função da conservação das espécies, do verde, do excesso de emissão de poluentes. Pois bem, chegou à hora da água. Em março de 2007, um alerta da ONU nos deixou com um nó na garganta e a boca seca: em 20 anos, caso o intenso desperdício continue, faltará totalmente água para 60% do mundo. O Brasil estará nesse deserto.